Na conferência de
imprensa desta tarde no Vaticano, o pe. Lombardi deu indicação de que hoje não
houve trabalhos no Sínodo, uma vez que o relator e o secretário do sínodo estão
a preparar o relatório pós-discussão a ser apresentado na segunda-feira.
De acordo com o director
da sala de imprensa da Santa Sé, uma parte do dia de ontem foi dedicada a ouvir
os representantes de outras comunidades cristãs.
Destas intervenções há a
realçar o facto das diferentes comunidades cristãs considerarem que os desafios
que se apresentam à Igreja são, em boa parte, comuns a todos os cristãos, tais
como a crise económica, a realidade dos meios comunicação, ou a globalização, a
guerra, desastres e epidemias.
Os representantes destas
comunidades também exprimiram preocupação em encontrar um discurso que consiga
chegar aos jovens e em evitar ser muito
moralizador ou muito rígidos.
Os delegados fraternos
realçaram também a importância da família como escola de fé e a importância de
viver com alegria o Evangelho.
Na conferência de hoje
interveio o Monsenhor Diarmuid Martin, arcebispo de Dublin, que realçou a
necessidade de haver um “novo tipo de diálogo com a família, uma nova
linguagem.” Martin lembrou o Sínodo da família de 1980, em que esteve presente
e que analisou a família na sociedade contemporânea. Na altura, o cardeal
Ratzinger falou sobre a relação entre a fé, a validade da fé e a validade do
matrimónio.
Não havendo dados novos a
acrescentar relativamente aos trabalhos do Sínodo, a conferência esteve aberta
a questões dos jornalistas.
Abordado sobre o impacto
da imigração causada pela crise e guerra nas famílias, Martin afirmou que “o
casamento de jovens para obtenção de vistos cria uma cultura de isolamento das
pessoas em suas casas o que destrói a família”. Utilizando outro exemplo,
Martin referiu a separação entre novos e velhos, os primeiros que partem, os
segundos que não estão em condições de o fazer.
Questionado sobre o
andamento dos trabalhos e sobre o documento final a ser apresentado, Martin
descreveu que o debate tem sido muito aberto e que se têm apresentado
diferentes opiniões.
O arcebispo reconheceu
que o trabalho deste sínodo é recolher os frutos da consulta e das opiniões e
não chegar a conclusões finais. Referiu igualmente a obrigatoriedade de
apresentar as opiniões minoritárias que vão surgindo durante o sínodo e não
apenas as maioritárias. Toda a gente tem escutado com respeito os argumentos
apresentados por todos os lados.
Martin explicou que o
documento a entregar ao Papa resultante destes trabalhos será mais uma moldura,
do que um documento final e apresentará as propostas e não as conclusões.
O arcebispo irlandês
defendeu que o sínodo tem de encontrar uma maneira, através da tal nova
linguagem, de explicar aos jovens o que é o compromisso do casamento e que não
se pode limitar a repetir o que já foi dito anos atrás.
Respondendo ao porquê
desta nova abertura ao debate sobre as declarações de nulidade, Martin concordou que houve uma
mudança na cultura em dois aspectos, no antropológico e no teológico, e que o
matrimónio é uma realidade eclesial. Martin assegurou que dogma e verdade devem
caminhar lado a lado e que é preciso encontrar maneira de fazer com que isso
aconteça. No entanto, o arcebispo assegurou que embora podendo haver visões
diferentes sobre as matérias deste sínodo, nomeadamente a questão da nulidade,
não há dúvida nenhuma para ninguém sobre a indissolubilidade do matrimónio e
que isso não pode mudar, pois é algo “estabelecido por Cristo”.
Na conferência interveio
também Valerie Duval-Poujol, representante da Aliança Mundial Baptista que se
regozijou pela presença da comunidade neste sínodo, pautado por um diálogo
“aberto e fraterno”.
No final do encontro director
da sala de imprensa da Santa Sé anunciou que o Papa Francisco irá receber o
primeiro-ministro da República do Vietname para aprofundar relações bilaterais
entre os dois estados, reforçando que esta não é a primeira vez que os dois
chefes de estado se encontram.
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