Decorreu há momentos na
praça de São Pedro a vigília de oração pelo Sínodo presidida pelo Papa
Francisco.
A cerimónia iniciou com o
discurso do Núncio Galantino que recordou que o objectivo da vigília é rezar e
acompanhar os padres sinodais que irão dedicar-se à família nos próximos dias.
“Dedicar-se à família é
um ato de amor. Muitos de vós estão aqui desde a noite passada, e eu estou aqui
por amor”, referiu Galantino que fez questão de ressalvar a importância da
família não só para o futuro, mas também para o presente. “A família está
verdadeiramente no centro e com ela asseguramos não só o futuro, mas também o
presente.”
O Papa Francisco, na sua
primeira intervenção, referiu-se à importância do marido e da mulher num
crescimento mútuo, não só como esposos, mas também como pais.
“A tarefa do marido é
fazer melhor a mulher e a da mulher é fazer melhor o marido. Fazer crescer-se
mutuamente,” é tarefa dos dois.
Durante a cerimónia foi ainda
dado lugar ao testemunho de algumas famílias.
António e Roberta, um
casal de noivos, falaram sobre a sua experiência de casal em preparação, uma
preparação feita de “pequenos passos” com o objectivo de constituir família,
família essa que veem como o culminar do seu amor.
Antonio e Roberta
revelaram-se cientes das dificuldades do matrimónio e da construção de uma
família cristã, mas mostraram-se disponíveis para levar esta missão a cabo com três palavras: “por
favor, obrigado e desculpa.”
Na sua segunda
intervenção, o Santo Padre deteve-se no símbolo das alianças, representativas
do amor de Deus para com os casais, o que entende como imagem “muito bela”, à
semelhança da do próprio matrimónio.
Francisco recordou que o
matrimónio é uma vocação vivida em conjunto pelo casal e que também ela faz
parte do propósito com que Deus criou o Homem. “Somos criados para amar, como
reflexo de Deus e do Seu amor.”
Na cerimónia,
testemunharam ainda mais dois casais, representativos de algumas questões que
irão ser discutidas pelos bispos.
Marco e Margarida viveram
o drama de gravidezes interrompidas espontaneamente quando o desejo era de
aumentar a família. Resolveram deixar na mão de Deus e viver a vida com o que acreditam
dar-lhe sentido, o amor.
Nicola e Antonella foram
a face das muitas dificuldades que os casais enfrentam, tantas que podem levar
à separação. Este casal viveu 6 anos longe um do outro, mas entenderam dar mais
uma oportunidade ao amor que sabiam existir e confiar que era possível voltar a
ser uma família “ pois a Deus nada é impossível.”
O Papa Francisco,
referindo-se à importância da família descreveu-a como uma “escola de
humanidade” e um “contributo indispensável a uma sociedade justa e solidária” e
explicou que é dela que advém a importância do sínodo que se inicia amanhã.
Para uma discussão
disponível, sincera, aberta e fraterna, o Santo Padre invocou ao Espírito Santo
o dom da escuta para os bispos presentes no Sínodo, da escuta de Deus e do
Povo.
Francisco afirmou que na
alegria do Evangelho conseguir-se-á uma igreja reconciliada e misericordiosa,
pobre e amiga dos pobres. Uma Igreja à qual já se tinha referido anteriormente
como mãe, que deve cuidar daqueles que estão feridos, com misericórdia.
“Que o vento do
Pentecostes possa soprar novamente sobre este Sínodo, sobre a Igreja e sobre
toda a Humanidade”, invocou.
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